Se há uma referência de recuperação em V em máquinas para plástico, a Wortex preenche com folga os requisitos com o balanço de suas linhas de reciclagem Challenger. Mesmo com a indústria de resinas recuperadas assolada por pesadelos engendrados pelo corona, à frente deles o pontual desaparecimento de sucata e seu encarecimento a tiracolo da torrente de reajustes nos preços dolarizados da resina virgem, o diretor geral Paolo De Fillipis atribui ao reconhecimento do avanço da sua tecnologia pelo mercado a súbita disparada nas vendas da Wortex este ano, arrancada que ele detalha nesta entrevista.

O setor de reciclagem foi marcado este ano pela escassez de resíduos e encarecimento do plástico reciclado pós-consumo. Como isso influiu nas vendas de suas linhas de granulação e reciclagem Challenger?

De forma positiva e negativa, vários fatores afetaram nossas vendas este ano. Para começar, mesmo antes da pandemia não havia programa a nível nacional para implantar sistemas de coleta seletiva. Se houvesse, teríamos todo o material necessário para atender a indústria de reciclagem. Outro fator a considerar no balanço: a demanda inesperada de matéria-prima virgem e reciclada, também impulsionada pela covid-19.

No início do ano, a procura por maquinário seguia normal, como em 2019. Em março, abril e maio passado, as vendas cessaram. De junho, até o momento, os pedidos de equipamentos de reciclagem da Wortex dispararam, efeito do lançamento da linha Challenger Geração II. Sua exibição estava programada para a montagem em agosto da Interplast. Com o cancelamento dessa feira imposto pelo vírus, conseguimos demonstrar a eficiência do equipamento para clientes trazidos à nossa fábrica. Com isso, dobramos as vendas em relação a em 2019 e temos entregas programadas até março de 2021.

Quais os diferenciais que tornaram a linha Challenger Geração II o carro chefe da Wortex este ano?

As melhorias introduzidas podem ser resumidas na capacidade de processar múltiplos materiais. Por exemplo, 100% de materiais rígidos, 100% de materiais flexíveis ou uma mistura de ambos na proporção de 70% de material flexível e 30% de material rígido. Essa flexibilidade casa com o empenho dos recicladores em atender o mercado de forma urgente, em muitos casos substituindo matéria prima virgem. Outra grande vantagem da Challenger Geração II é sua capacidade de fornecer compostos de diferentes materiais e cujo processamento se viabiliza sem mudanças no equipa mento. Por exemplo, polietilenos de alta e baixa densidade, stretch, BOPP, laminados, materiais lisos ou impressos, filmes semi-aglutinados, ráfia, ABS, policarbonato ou poliestireno rígido ou expandido. PET está fora desse mix e temos máquinas especificas para sua reciclagem.

Como esses avanços foram alcançados?

Através de novos sistemas de controles eletrônicos incorporados à linha Challenger Geração II. A máquina pode ser acessada via internet, é simples de ser operada, trabalha com baixíssimo consumo de energia e um novo sistema de extrusão aprimora o monitoramento da qualidade. Sua manutenção é baixa e facilitada por se tratar de um equipamento aberto.

Entrevista:

Paolo De Fillipis – CEO do Grupo Wortex

Referências – Plástico em Revista:

https://plasticosemrevista.com.br/online/674/ – Entrevista na página 30